sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Casa Jorge de Lima, no centro da cidade

Quem passa pela Praça Antenor Uchoa, no centro de União dos Palmares, não deixa deixa de notar o que está acontecendo. É a Casa Jorge de Lima que ganhou roupa nova e está com sua reforma praticamente concluída. Através de uma parceria com a Universidade Federal de Alagoas (Ufal), a prefeitura conseguiu enfim dotar o prédio de toda infra-estrutura necessária para transformar o casarão do século passado em um ponto turístico.
“Quem vem a União vai ter uma grande surpresa, a Casa Jorge de Lima reformada e ampliada é de fato um cartão postal”, afirma o prefeito Areski de Freitas, o Kil. “É sem dúvida mais um cartão postal do município”, comentou o estudante João Victor. A casa - que já foi loja antes se ser entregue para domínio público - foi durante vários anos o principal ponto de visitação e agora com a revitalização volta ao status de outrora, tendo como diferencial um acabamento que nunca teve.
O sobrado onde nasceu e viveu Jorge de Lima vai ganhar um Centro de Arqueologia, onde o arqueólogo Scott vai estudar os achados da Serra da Barriga e uma espécie de memorial contando um pouco da vida do poeta alagoano. Foi da janela desta casa que Jorge de Lima observava a Serra da Barriga e que inspirou os seus poemas considerados obras primas da literatura brasileira.

Processo de construção das casas danificadas e destruídas pelas enchentes de junho

As casas serão construídas pelo Programa Minha Casa, Minha Vida, e cada uma delas possui 41 m² de área, contando com sala, cozinha, banheiro social, dois quartos, varanda e uma área de serviço, além de completa infraestrutura externa e 3% dos imóveis adaptados para deficientes físicos. A Caixa promete assinar nas próximas semanas a contratação de mais cinco mil unidades habitacionais.

Representantes debatem a criação de um consórcio intermunicipal de resíduos sólidos

A finalidade do consórcio será acabar de uma vez por todas com o problema dos lixões que existem nas cidades, que provocam enfermidades, desagrados, poluição ambiental e outros danos a saúde da sociedade.

A criação de um aterro sanitário é o objetivo de todos, inclusive a pauta estudada pelo professor Claudionor Oliveira, que apresentou seu projeto mais uma vez durante a discussão na qual estiveram presentes, além do prefeito Areski Freitas, os prefeitos de Atalaia, Francisco Vigário; de São José da Laje, Dudui; de Branquinha, Renata Freitas e de Santana do Mundaú, Marcelo de Souza.
Também participaram do encontro a promotora de Justiça, Carmem Silva; o secretário de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Alex Gama; secretário de Meio Ambiente de União dos Palmares, Manoel Bernardo; secretária de Turismo de União, Izabel Maia Gomes; chefe de gabinete Arakem Almeida e os vereadores Elvinho, Tutu, Fabian Holanda e Julinho Paulino, além de assessores, jornalistas e blogueiros do município.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Minhas impressões sobre a Serra da Barriga

Minhas impressões sobre a Serra da Barriga começaram a mudar logo no início da área tombada, demarcada por uma espécie de portal onde os visitantes são recebidos com um Oku Abo (Bem-Vindos) e, ao retornarem, Olorum Kolofé Axé (Deus te abençoe e te dê Força)! A partir dali, as referências e dialetos africanos presentes em todo o espaço reforçariam em mim a ideia de que não basta conhecer a fundo determinado assunto e seus significados, com informações adquiridas em livros didáticos ou contadas por alguém. No caso da Serra da Barriga, especificamente, é preciso estar lá, sentir as vibrações e a energia do local para entender, de fato, toda a importância histórica que o cerca.
Durante a subida - de aproximadamente seis quilômetros a contar do portal - fomos acompanhados pelos agentes florestais Roberto Ferreira e Josames Teles. Começava ali a nossa aula prática sobre as belezas e os mistérios da Serra da Barriga. Roberto, que trabalha na região há 10 anos, nos conta que na serra ainda vivem algumas famílias, todas, segundo ele, em plena harmonia em relação à preservação ambiental que o local exige. "Foi feito um grande trabalho de conscientização junto a esses moradores. Hoje, qualquer coisa que é tirada da mata para, por exemplo, arrumar suas casas, é feito com a nossa permissão e supervisão". As moradias antigas, feitas de barro, estão, aos poucos, sendo substituídas por outras de alvenaria, mas sem perder o estilo simples e "caboclo" que as caracterizam. Tais mudanças são feitas para evitar a aparição do barbeiro e, consequentemente, o perigo da doença de chagas, muito comum em regiões quilombolas.
No caminho, a cumplicidade com a natureza anima os visitantes. A paisagem, extremamente verde, tendo ao redor o Rio Mandaú, é repleta de catolé, babaçu, nicuri, além de mangueiras, goiabeiras, laranjeiras, jaqueiras, bananeiras e várias nascentes. Ar puro, vista limpa! Um prato cheio para um ser "urbano" como eu.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Fotos que simulando a era Quilombo


















Festas que acontecem na Serra

Pessoas sobem a pé, sob os 33 graus de União dos Palmares, a Serra da Barriga. Lá no alto, acontece desde cedo uma das maiores celebrações à memória de Zumbi dos Palmares. Dança, capoeira, manifestações de religiosos de matriz africana e muita liberdade. É 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, e o Parque Memorial Quilombo dos Palmares está em festa.
O dia começou com um cortejo das Mulheres do Axé, que começou na base da Serra e foi até o platô onde se encontra o Parque. Os participantes subiram cantando em homenagem aos orixás, e, principalmente, a Zumbi. Enquanto religiosos e visitantes seguiam o íngreme trecho a pé, como fazem tradicionalmente todo ano, carros, motos e vans levantavam poeira à frente e atrás da multidão. Todos queriam pisar o solo sagrado de onde Zumbi dos Palmares coordenou a resistência e a luta contra a escravidão. O percurso é longo, sobretudo se feito a pé, mas a paisagem e a memória compensam o sacrifício. 

OFERENDAS - Devotos de religiões de matriz africana se reuniram, ainda pela manhã, na Lagoa Encantada dos Negros, para onde levaram flores, tambores e atabaques para prestar uma emocionante homenagem a Zumbi dos Palmares e aos orixás Oxum, Iemanjá, Nanã e Buruquê. Os religiosos se concentraram em volta da árvore Irôco, onde entoaram cânticos, bateram palmas e dançaram ao som das batidas afro-brasileiras. Ao final da cerimônia, as ialorixás e os babalorixás jogaram flores na Lagoa, pedindo prosperidade, sucesso e muita força.
Às 11h, autoridades religiosas, governamentais (dos âmbitos municipal, estadual e federal), representantes da sociedade civil e das comunidades quilombolas de Alagoas participaram de um cortejo até a estátua de Zumbi dos Palmares, localizada bem no centro do Parque Memorial. Uma salva de tiros e a execução de um hino à bravura de Zumbi pela banda militar simbolizaram a homenagem das forças armadas ao heroi da resistência negra. 

DISCURSOS - No palco principal, as autoridades discursaram e agradeceram a presença de todos neste dia de festa, celebração e reflexão sobre o negro na sociedade brasileira. Mãe Lindalva Rodrigues, representando os religiosos, saudou os antepassados e os elementos da natureza, e lembrou que o Parque é importante não só porque foi onde Zumbi lutou mas também porque foi o primeiro lugar onde houve liberdade religiosa, igualdade e respeito aos direitos humanos.
Adriano José, da União de Negros pela Igualdade Racial (Unegro), ressaltou que o 20 de novembro é um dia de vitórias, mas também de luta. Reforçou a necessidade da afirmação do negro na sociedade e de políticas públicas voltadas para a educação. O representante das comunidades quilombolas, Manoel Oliveira, listou algumas dificuldades pelas quais as comunidades passam, fez sugestões de melhorias e citou os programas governamentais que podem atender às demandas das comunidades.
Representando o Governo Federal e a Fundação Cultural Palmares, Maurício Reis reforçou a necessidade de respeito às religiões de matriz africana e à cultura afro-brasileira e mencionou as ações da Palmares em benefício do Parque Memorial. Em nome do governador de Alagoas, o secretário de estado de cultura, Osvaldo Viégas, descreveu os eventos que o governo apoiou para o mês da Consciência Negra e, citando as palavras do governador, que não pode comparecer, parabenizou todos os negros por sua trajetória árdua de luta desde a época de Zumbi.
Areski Damara de Omena Freitas Júnior, prefeito de União dos Palmares, onde fica o Parque Memorial, reiterou a importância que a memória de Zumbi tem para o município. Afirmou que a prefeitura pretende sempre preservar e valorizar esse importante personagem da história brasileira por meio de ações e eventos, como a festa da cidade em comemoração ao Dia da Consciência Negra. Durante a cerimônia, ainda foram premiados os três primeiros colocados da XXIX Corrida da Consciência Negra. 

ATRAÇÕES - Ao longo da tarde, os mais de mil visitantes puderam conferir mais de 10 atrações no palco principal, montado em frente à estátua de Zumbi dos Palmares. Os grupos de capoeira foram uma atração a parte. Eles chegavam e abriam rodas ao longo de todo o Parque. A liberdade é total na terra de Zumbi. Um roda de capoeira no palco principal reuniu os melhores mestres de capoeira locais, com Mestre Cláudio, representante da Fundação Cultural Palmares em Alagoas, à frente dos vocais.
O grupo Filhos de Zumbi preparou o público para as apresentações que se seguiriam. Seus animados tambores anunciaram a grandiosidade do evento. O grupo seguinte, Malungos do Ilê, apresentou dançarinos vestidos em homenagem a orixás, e textos antirracistas sobre os fortes tambores. O público vibrava, aplaudia e se emocionava com as frases, produzidas por educadoras sociais e também percussionistas do grupo.
A apresentação do grupo Sururu de Capote foi surpreendente. Logo no início, uma mulher com uma grande saia parecia levitar sobre o palco. Os fortes tambores e o figurino inovador chamaram a atenção do público. O grupo Muzimba, basicamente instrumental, apresentou jovens com um colorido figurino, e misturou vários ritmos afro-brasileiros.
Tambores marcados, coreografia elaborada e muita energia: a apresentação do grupo Ara Fun Fun impressionou os visitantes do Parque, e também homenageou orixás. Último grupo a se apresentar em Serra da Barriga, o Quintal Cultural trouxe músicas irreverentes, poesias e muita descontração na despedida das celebrações no Parque.
As apresentações emocionaram o público, que teve a oportunidade de interagir com as mais diversas manifestações da cultura afro-brasileira no solo sagrado onde o maior ícone da resistência negra travou suas batalhas. A festa ficou para a história, assim como Zumbi dos Palmares. Ano que vem tem mais, mas a luta pela liberdade e pelo respeito à população negra continua todos os dias.
As apresentações artístico-culturais encantaram o público do Parque Memorial Quilombo dos Palmares


 



FLASHES
“O Parque tem muitas forças da natureza. É muito importante estar aqui hoje para celebrar esse grande heroi, que lutou muito para libertação de seu povo” (Mãe Miriam).
“Desejo e peço a todos liberdade, respeito e direitos humanos. Que o espírito de Zumbi proteja todos os negros” (Mãe Lindalva Rodrigues).
“Hoje é um dia de festa, mas é mais um dia de luta para o povo negro, é mais um dia de nos afirmarmos. A igualdade ainda é um ideal que temos de atingir. Zumbi foi nosso grande heroi e precisamos tê-lo como exemplo para nossas batalhas” (Adriano José, representante da Unegro).
“Precisamos ter união e respeitar a diversidade cultural e a religiosidade afro-brasileiras” (Maurício Reis, diretor da Fundação Palmares).
“Trabalharemos para que todo dia seja o Dia da Consciência Negra” (Osvaldo Viégas, secretário de Estado de Cultura de Alagoas)
“União dos Palmares está viva, assim como Zumbi vive!” (Areski Damara de Omena Freitas Júnior, prefeito de União dos Palmares – Alagoas).
“Celebramos aqui a diversidade, a igualdade, e a capoeira, um dos nossos mais importantes patrimônios culturais” (Mestre Cláudio, representante da Palmares em Alagoas).

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Tentativa de aula no Parque Memorial Quilombo dos Palmares

Essa foi tentativa frustrada de ter uma aula de campo no Parque Memorial Quilombo dos Palmares, localizado no platô da Serra da Barriga em União dos Palmares (AL), onde seriam repassadas explanações históricas sobre a importância do Quilombo dos Palmares, lideranças quilombolas, herança cultural e outros aspectos. Porém, a lama, chuva e os buracos foram os principais obstáculos. De acordo com a aluna do 9º ano “A”, Silviane Paula da Silva, 14 anos, essa seria a sua primeira vez no local. “Quando soube da visita à Serra da Barriga achei bom, porque iria conhecer mais, ver tudo aquilo que passava na televisão. Com o problema na subida, a minha alegria durou pouco. De tanto ouvir falar na Serra, tinha a curiosidade de saber mais e como não pude conhecer fiquei muito triste”, declarou.

Lendas da Serra da Barriga



Há também as lendas do lugar, alguns moradores que margeiam a região conta que várias pessoas já viram o negro da lança, um guerreiro que levanta sua arma ao alto e grita assustando o povo.









Tem também a história de uma tal serpente, que desce até a lagoa às seis horas da tarde para beber água. Depois desse horário, ninguém chega perto da lagoa. Ele mesmo disse que uma vez entrou na água e ouviu uma voz gritando “oooooi”, e que “de certeza era sobrenatural”. A maioria das lendas, e são várias, giram em torno da Lagoa dos Negros.

Algumas fotos de União dos palmares




Um pouco sobre minha cidade Natal




Turismo
A Serra da Barriga, principal palco do famoso Quilombo dos Palmares, hoje declarada Património Histórico do Brasil, está a cerca de 6 km da sede do actual município de União dos Palmares. Por ser a terra natal de Jorge de Lima, o príncipe dos poetas alagoanos, dedica um museu à sua memória, a Casa Jorge de Lima. Outro museu a ser visitado é a Casa de Maria Mariá, instalado na antiga residência da historiadora Maria Mariá de Castro Sarmento, onde se pode encontrar variedades de objectos que reflectem a vida na zona da mata alagoana. Vale salientar, também, a presença de comunidades quilombolas remanescentes, sendo a principal delas, a do Muquém, a 5 km do centro da cidade, onde se pode encontrar artesanato variado produzido pela comunidade quilombola que ali vive.


História
Os primeiros indícios de presença humana datam de finais do Século XVI, quando os negros fugitivos dos engenhos de açúcar dos actuais estados de Alagoas e Pernambuco chegaram à Serra da Barriga, onde instalaram a sede do Quilombo dos Palmares. O Quilombo dos Palmares foi a primeira tentativa de vida livre promovida pelos trabalhadores africanos nas Américas, surgindo por volta de 1580, durando até 1695, ano em que foi morto Zumbi, seu principal líder, pelas forças comandadas pelo bandeirante Domingos Jorge Velho.

Tinha uma extensão média de 200 km², englobando terras da zona da mata dos actuais Pernambuco e Alagoas. Inicialmente, quando sede do Quilombo, a localidade chamava-se Cerca Real dos Macacos, provavelmente em referência ao Riacho dos Macacos. Por volta de 1730, o português Domingos de Pino chegou à região, onde construiu uma capela dedicada a Santa Maria Madalena. Daí, o primeiro nome oficial do lugar: Vila de Santa María. Já no Império, quando da visita da Imperatriz Leopoldina, mudou-se o nome para Imperatriz, em 1831, quando a vila ganha autonomia administrativa; assim chamou-se até finais do Século XIX. Ao ser inaugurada a estrada-de-ferro, em 1894, outra vez mudou-se o nome da localidade, desta feita para União, devido à união ferroviária entre Alagoas a Pernambuco. Contudo, o nome definitivo da cidade só veio a ser dado em 1944, quando passou a chamar-se União dos Palmares, em homenagem ao Quilombo dos Palmares.

Mesorregião Leste Alagoano
Microrregião Serrana dos Quilombos

Municípios limítrofes Santana do Mundaú, São José da Laje, Ibateguara, Branquinha, Joaquim Gomes.
Distância até a capital 76,4 quilômetros
Características geográficas
Área 426 km²
População 60.619 hab. est. 2007
Densidade 139,6 hab./km²
Altitude 155 metros
Clima Tropical
Fuso horário UTC-3
Indicadores
IDH 0,600 PNUD/2000
PIB R$ 126.323.000,00 IBGE 2004
PIB per capita R$ 2.133,00 IBGE/2004

O Município de União dos Palmares teve origem em um povoado chamado Macacos, no século XVIII, à margem esquerda do Rio Mundaú. As primeiras habitações surgiram nas proximidades de um cruzeiro denominado "Cerca Real dos Macacos".
O português Domingos de Pino construiu a primeira capela do local, dedicada à Santa Maria Madalena. A povoação passou a ter o nome da padroeira.
As fugas dos negros haviam começado já antes do final do século XVI; mas, se tornaram mais freqüentes e numerosas, durante a ocupação holandesa, pelo conseqüente enfraquecimento do aparelho repressor tradicional
No município se encontra a Serra da Barriga, a oeste da sede do município, local onde reuniram-se os negros para fazer resistência à escravidão. Os escravos fugidos do cativeiro reuniam-se em aldeamentos chamados Quilombos, assim no plural, porque eles foram muitos, e não apenas o situado na Serra da Barriga, que vinha a ser o mais importante, "a capital" dos Palmares, abrigando cerca de trinta mil negros vindos de todos os pontos da capitania.
Zona um tanto afastada do litoral, com terra fértil onde predominavam palmeiras e era cercada por uma cerca alta de pau-a-pique. Os negros viviam das culturas do milho, mandioca, feijão e bananeiras. Possuindo apenas três entradas, cada uma guarnecida por 200 guerreiros. Nestes quilombos existiam armas e munições com as quais foi organizada a república dos Palmares, abrigando, por quase um século, o anseio de liberdade dos negros, sob o comando do rei Ganga-Zumba, o deus da guerra.
Com sua morte, o seu substituto foi Zumbi, rei dos Palmares, possuidor de grande poder espiritual, resistiu a várias expedições militares.
Após três anos de luta, Zumbi foi morto no dia 20 de novembro, data em que hoje se comemora o "Dia Nacional da Consciência Negra". A extinção da República dos Palmares deve-se a Domingos Jorge Velho, que durante meses perseguiu os escravos, até a batalha final, quando saiu vitorioso. Existe um fato que até hoje deixa dúvidas: a História afirma que na batalha final, quando o chefe dos quilombos, Zumbi, se viu dominado, atirou-se de um despenhadeiro. Alguns historiadores atestam que o mesmo foi preso e morto pelos bandeirantes chefiados por Domingos Jorge Velho. O crescimento do lugar provocou seu desmembramento no município de Atalaia, a 13 de outubro de 1831, através do decreto do Governo Geral. Em seguida, foi criada a Vila Nova Imperatriz elevada à categoria de cidade pela lei 1.113, de 20 de agosto de 1889.
A denominação União surgiu no ano de 1890, e teve origem no fato da cidade ser o elo entre as estradas de ferro de Alagoas e Pernambuco. Em 1944, ocorreu a mudança definitiva para União dos Palmares, homenagem aos Quilombos.
Símbolo da resistência negra, União dos Palmares guarda uma das mais belas páginas da História do Brasil. Foi neste município que os negros construíram a república independente do Quilombo dos Palmares, cujo objetivo era a libertação do negro escravo. A serra da Barriga é o marco vivo da resistência negra pela liberdade e é justamente nesta serra que estás implantado o Parque Nacional de Zumbi.

O município de União dos Palmares é um dos mais tradicionais e conhecidos do Estado, pelos acontecimentos históricos que ali foram registrados, como a formação da república dos escravos, com milhares de negros, que tinham como chefe o "Zumbi", também fugitivo da escravidão.

Clima
Tropical quente úmido
Padroeira
Santa Maria Madalena
Situação Geográfica
Microrregião da mata alagoana. Limites com Santana do Mundaú, Branquinha, Joaquim Gomes, Ibateguara e São José da Laje. 135 metros acima do nível do mar.
Eleitorado
25.464 eleitores
Distância de Maceió
76,8 Km

PASSEIO TURISTICO
Casa do poeta Jorge de Lima A casa do Poeta Jorge de Lima, um dos principais escritores do Estado de Alagoas, é sede da atual Secretaria Municipal de Cultura e em seu interior guarda-se mais de 2.000 obras do famoso escritor natural da cidade, além de diferentes exposições de artistas locais.

Casa de Maria Mariá A casa de Maria Mariá é hoje em dia um grande atrativo cultural da história da cidade. No seu interior exibem-se objetos e móveis de princípios do século XIX que mostram um pouco da cultura e hábitos dos seus antepassados. Foi fundado por Segundo Paulo Sarmento, sobrinho da conhecida historiadora.

Quilombo dos Palmares O Quilombo dos Palmares também conhecido como Quilombo do Brasil e símbolo da resistência negra contra a escravidão, é a maior comunidade de negros que instalaram-se na Serra da Barriga, no interior do Parque Nacional de Zumbi, para lutar contra a escravidão. Chegou a alcançar os 30.000 habitantes.

Serra da Barriga A Serra da Barriga foi o lugar onde nasceu o Quilombo do Brasil, também chamado Quilombo dos Palmares, povoado que resistiu durante vários séculos à escravidão dos negros no Brasil. No seu interior merece especial destaque o Parque Nacional de Zumbi.

Parque Nacional de Zumbi O Parque Nacional de Zumbi, palco da resistência negra contra a escravidão está localizado no interior da Serra da Barriga a 5km da cidade. Foi fundado em homenagem ao líder negro Zumbi que liderou o famoso Quilombo dos Palmares.

História Geografia Localização Economia

O município de União dos Palmares teve origem em um povoado chamado Macacos, nos século XVIII, à margem esquerda do rio Mundaú. As primeiras habitações surgiram nas proximidades de um cruzeiro denominado Cerca Real dos Macacos. O português Domingos de Pino construiu a primeira capela do local, dedicada a Santa Maria Madalena. A povoação passou a ter o nome da Padroeira. Na Serra da Barriga, a oeste da sede do município, reuniram-se os negros rebeldes contra a escravidão. Eles formaram o célebre Quilombo dos Palmares, abrigando, por quase um século, o anseio de liberdade dos negros. O crescimento do lugarejo provocou seu desmembramento do município de Atalaia, a 13 de outubro de 1831, através do Decreto do Governo Geral. Em seguida, foi criada a Vila Nova Imperatriz, sendo elevada à categoria de cidade através da Lei n°. 1.113, de 20 de agosto de 1889. A denominação União surgiu através do Decreto n°. 46, de 25 de setembro de 1890, e teve origem no fato da cidade ser o elo entre as estradas de ferro de Alagoas e Pernambuco. Em 1944 ocorreu a mudança definitiva para União dos Palmares.
Área Total: 427,8 km2
Distância da Capital: 80 km
Clima: temperado
Limites: Branquinha; Ibateguara; Joaquim Gomes; Santana do Mundaú; São José da Laje.

Fonte: Governo do Estado de Alagoas, site: itec.al.gov.br/municípios e Anuário Estatístico de Alagoas (2002).

Parque Memorial Quilombo dos Palmares é inaugurado no dia 19 de novembro
(14/11/2007 - 12:06)


Brasília, 14/11/07 - O Parque Nacional Quilombo dos Palmares será inaugurado em cerimônia solene no próximo dia 19 de novembro (segunda-feira) às 11h, com a presença do ministro de Estado da Cultura, Gilberto Gil, autoridades de Alagoas, líderes do Movimento Negro e também quilombolas de diversos estados brasileiros. O Parque Memorial Quilombo dos Palmares, erguido no Sítio Histórico da Serra da Barriga, em União dos Palmares, Alagoas, distante 92 quilômetros de Maceió, atende a uma reivindicação de mais de 25 anos da comunidade afro-brasileira. A construção do Parque contou com apoio do Ministério da Cultura/ Fundação Cultural Palmares, Ministério do Turismo, Petrobrás, Caixa Econômica Federal e Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), num total investido de R$ 2 milhões. Tudo para garantir a acolhida de atividades culturais e pedagógicas durante todo o ano, além de estimular e fortalecer as atividades dos grupos afro-culturais instalados em Alagoas e Região.
Quilombolas e religiosos de Matriz Africana em encontro nacional:

Remanescentes dos quilombos de vários estados do país e lideranças de religiões de matriz africana participam, a partir do próximo domingo, 18 de novembro, do Encontro Nacional de Comunidades Tradicionais: Quilombolas e Religiosos de Matriz Africana. O evento é uma realização da Fundação Cultural Palmares/MinC e será aberto, às 8h, com uma conferência sobre os Novos Instrumentos Administrativos para a emissão da Certidão de Auto-Reconhecimento e Regularização Fundiária dos Territórios Quilombolas. O painel contará com a presença de procuradores federais lotados na Fundação Cultural Palmares/MinC e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária. Outros destaque para o primeiro dia de programação ficam por conta de mais dois painéis. Um tratando sobre os Desafios e Necessidades de Pessoas Idosas nas Comunidades Quilombolas, a ser ministrado pelo médico Vitor Jorge Woytuski Brasil, da Fundação de Apoio e Valorização do Idoso. O profissional é mestre em Ciências, especializado em Saúde Coletiva, Educação em Saúde e em Gerontologia. No mesmo dia, outro painel irá tratar de Políticas Públicas para as Comunidades Quilombolas, o qual terá a participação de representantes da coordenação do Programa Brasil Quilombola, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Ministério da Educação, Ministério da Saúde, Fundação Nacional de Saúde, Ministério do Meio Ambiente e Fundação Cultural Palmares. No dia 20 de novembro, o encontro segue com plenárias em torno da Organização Política das Comunidades Quilombolas, Constitucionalidade, Controle e Legitimidade das Comunidades Quilombolas e Plantas Medicinais e Sagradas.

Infra-estrutura:

O Parque Memorial Quilombo dos Palmares possui área construída de aproximadamente 10 mil metros quadrados. Está situado na área de 280 hectares da Serra da Barriga, no município de União dos Palmares. A área da Serra da Barriga é tombada através do Decreto 95.855, de 21 de março de 1988 e é de responsabilidade e zeladoria do Ministério da Cultura, por meio da Fundação Cultural Palmares/MinC. O Parque Memorial Quilombo dos Palmares conta com total estrutura: áreas de apoio ao visitante, locais para contemplação, restaurante, mirantes, uma réplica do Palácio onde viveu Zumbi dos Palmares, cabanas indígenas e fartas informações sobre o significado e a importância das lutas e experiências ali realizadas ao longo dos últimos 300 anos.

Quem era Zumbi?

Líder escravo alagoano (1655-20/11/1695). Símbolo da resistência negra contra a escravidão, é o último chefe do Quilombo dos Palmares. Criado pelo padre Antônio Melo, aos 15 anos foge para Palmares e adota o nome Zumbi (guerreiro).
Ascende ao comando militar do quilombo, então governado pelo tio, o rei Ganga Zumba. Após uma investida dos portugueses, Ganga Zumba é obrigado a aceitar a paz sob condições desfavoráveis. Em 1678, Zumbi renega o acordo e provoca uma guerra civil no quilombo. 
Ganga Zumba sai de Palmares e Zumbi assume seu lugar. Pouco tempo depois, Ganga Zumba morre envenenado. Acredita-se que um partidário do Zumbi tenha sido responsável pelo ato. Este lidera a resistência contra os portugueses, que dura 14 anos.
Em 1692 derrota a expedição comandada por Domingos Jorge Velho. Dois anos mais tarde sucumbe aos ataques e foge, mas continua a resistência contra os brancos. Traído, tem o esconderijo descoberto e acaba morrendo numa emboscada.